Alien - Romulus

Crítica: Alien – Romulus

3.5

Alien – Romulus é o mais bem-sucedido longa da franquia Alien em termos criativos depois de Aliens: O Resgate (1986) de James Cameron. Alien – Romulus acerta naquilo que foi fundamental para o êxito do inaugural Alien: O Oitavo Passageiro (1979) de Ridley Scott: compreender o universo como propício para o gênero terror. O filme dirigido pelo uruguaio Fede Alvarez (O Homem nas Trevas) acerta ao perceber o sci-fi como um tipo de narrativa que pode fazer um híbrido peculiar junto ao horror, sem se preocupar com ambições megalomaníacas que tanto prejudicaram a franquia ao longo dos anos, como foi o caso do mal-fadado Prometheus de 2012.

Os eventos de Alien – Romulus são ambientados entre os longas de Ridley Scott e James Cameron. Fede Alvarez apresenta um grupo de jovens protagonistas que vivem colonizadores. Eles se unem para uma empreitada no espaço e acabam se deparando com a estação abandonada por Ripley, personagem eternizada por Sigourney Weaver no primeiro filme. Lá, esses novos personagens acabam testemunhando o nascimento de novos xenomorfos.

Alien – Romulus é um longa extremamente bem dirigido cujo mérito é administrar com precisão as tensões da sua história. O filme sabe gerar expectativa no público e mantê-lo cativo aos seus eventos com uma trama que funciona em um modus operandi bastante simples: aquele do filme no qual um grupo de personagens tenta escapar com vida de um monstro predador que está a sua caça em um ambiente de proporções limítrofes, como é o caso da estação espacial que volta a ser cenário da franquia.

Alien - Romulus

A mesma lógica que garantiu o resultado de Alien: O Oitavo Passageiro em 1979 é aplicada aqui. Nesse sentido, por exemplo, Fede Alvarez sabe muito bem utilizar a criatura a favor do filme, economizando suas entradas, valorizando a revelação completa da sua aparência e potencializando características que dimensionam para o público a certeza de ameaça que ele representa para seus personagens humanos. O xenomorfo é o principal catalizador das tensões e instabilidades desse exemplar da franquia e o seu diretor sabe manipular isso com muita segurança.

Com uma carreira ascendente em Hollywood depois de projetos como Priscilla e Guerra Civil, Cailee Spaeny interpreta uma boa heroína nesse longa da franquia Alien, funcionando como termômetro para as tensões do público, o que também é um acerto de Fede Alvarez. Alien – Romulus é basicamente um trabalho de uma direção que acerta na condução de recursos basilares do gênero horror e faz a alegria dos fãs originais de uma série cinematográfica que por tantos anos “penaram” para ver algo decente com este universo ser feito nas telas novamente.

Direção: Fede Alvarez

Elenco: Cailee Spaeny, David Jonsson, Archie Renaux

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