Crítica: A Luz Entre Oceanos

Ficar do lado do amor ou da verdade? Mas será que a verdade não tem seu próprio amor? A Luz Entre Oceanos traz uma reflexão pesada sobre as decisões que tomamos em nossas vidas que podem repercutir nos nossos futuros e nas pessoas ao nosso redor. Pondera ainda o que é certo ou errado, deixando o espectador completamente dividido entre os personagens, sem saber para quem torcer à favor ou contra.

O enredo traz a história de Tom, um veterano de guerra que aceitou um trabalho em um farol isolado em uma ilha, que orienta a navegação dos navios nos oceanos Pacíficos e Índicos. Na cidade onde ele embarca, acaba conhecendo Isabel, uma bela jovem por quem se encanta e vive uma linda história de amor. Com a evolução da convivência deles e da criação de sua própria família, eles vão passando por situações em que colocam à prova a honestidade e o amor de ambos. Eles sofrem dois abortos, que afetam muito a relação do casal e a emoção de Isabel. Depois do segundo episódio, com a esposa extremamente abalada, eles são surpreendidos com a chegada de um barco na isolada ilha. Dentro do barco, um homem morto e um bebê ainda vivo. Inicia-se então o real do drama do filme.

De forma muito natural e não forçada, o diretor Derek Cianfrance apresenta ao espectador um cenário de real contemplação da natureza e do amor, ao mesmo tempo em que envolve a pessoa com os sentimentos das personagens. De forma emotiva, mas não apelativa, ele consegue criar empatia com o público, o que é importantíssimo para a temática.

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À medida que a história vai se desdobrando, o espectador vai ficando mais confuso quanto à posição que deve tomar naquela situação. Até perceber que talvez a melhor escolha seja não tomar posição nenhuma. Rachel Weisz faz o papel da mãe de sangue do bebê perdido e pondera bem a dualidade do casal principal (que inclusive forma um casal na vida real – curiosidade). O trio, fechado por Alicia Vikander e Michael Fassbender equilibra muito o filme e interage com o espectador do começo ao fim.

É um estilo de filmagem mais clássica, menos audaciosa, porém sem perder a qualidade. A narrativa envereda por uma trajetória em que a dualidade entre a culpa, a responsabilidade, o bem e o mal, o correto e o errado, mostram sua linha tênue e quanto é difícil escolher qualquer desta posições. O espectador fica extremamente dividido e angustiado com o avançar da história, pois é realmente muito complicado e uma fatalidade tudo que aconteceu.

Apesar de ter uma tendência dramática um pouco mais forte, Cianfrance consegue equilibrar de forma que não fique forçado nem parecendo um dramalhão barato. É um filme muito sensível, que traz reflexões importantes e vale a pena ser conferido. Além de ter atuações muito boas de um elenco incrível.

Assista ao trailer!