Eduardo e Mônica

Crítica: Eduardo e Mônica

3.3

Desde 2019, os fãs de Legião Urbana são nutridos por uma curiosidade sem tamanho sobre o que seria a tradução de uma das músicas mais conhecidas da banda para os cinemas. Com o lançamento do primeiro trailer do filme, o público pôde ter uma ideia do que estava por vir, mas a antecipação só fez crescer. Com a pandemia do coronavírus, a estreia da produção foi postergada três vezes. No entanto, a espera acabou. Eduardo e Mônica estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20).

A jornada do casal que dá nome ao longa-metragem é inspirada na música homônima da banda de rock nacional. Não é a primeira vez que uma música de Legião Urbana é adaptada para as telonas; uma versão de Faroeste Caboclo foi lançada em 2013. Enquanto a primeira adaptação é um longa de ação e aventura, Eduardo e Mônica conta uma história de amor verdadeira, com seus altos e baixos.

Eduardo (Gabriel Leone) é um adolescente pacato de Brasília. Seus passatempos comuns não o levariam a uma festa no meio da semana. Mas, depois de muita insistência de seu amigo Inácio (Victor Lamoglia), ele acabou se esbarrando com Mônica (Alice Braga) no meio desse evento inusitado. O garoto se viu encantado pela garota mais velha e decidiu tentar uma chance com ela. À medida que o casal se aproxima e apaixona, eles descobrem que precisarão enfrentar as diferenças de idade e realidades para conseguir viver seu amor inesperado.

A narrativa constrói sua história durante o período de existência da banda e dos seus maiores hits, os anos 1980. O pano de fundo da década permite que as diferenças de personalidade e vivências se tornem mais evidentes, o que fortalece a narrativa. A história usa as referências da letra da música para construir desde seus diálogos até os confrontos entre os personagens-título. Essas escolhas ajudam a estabelecer para o espectador o que Renato Russo e seus companheirismo de banda quiseram dizer sobre apaixonar-se à primeira vista.

Eduardo e Mônica

E é sob essa atmosfera que o diretor René Sampaio cria uma história encantadora sobre a canção de Legião Urbana. Eduardo e Mônica é um filme fiel, porém criativo, na tradução da música. As escolhas de criação imagética e textual são precisas e, apesar de se colocarem no passado, não se deixam defasar com preceitos retrógrados e nem antiquados. Na verdade, o longa é um respiro de realidade em meio ao caos.

Dentre as expectativas sobre a produção, a principal era a da escalação do casal-título. Gabriel Leone (Minha Fama de Mau, de 2018, e Piedade, de 2019) e Alice Braga (Os Novos Mutantes, de 2020, e O Esquadrão Suicida, de 2021) tiveram a desafiadora missão de dar vida a um dos mais conhecidos personagens da música brasileira. No entanto, o desempenho dos atores é excepcional. A maturidade de Alice como atriz se torna sua maior ferramenta para criar a Mônica perfeita. Enquanto isso, Gabriel brinca com as fases de Eduardo, fazendo com que seu personagem cresça exponencialmente.

Eduardo e Mônica é um deleite para os fãs de Legião Urbana. E para aqueles que não são fascinados pela banda ou canção, o filme continua a funcionar como uma comédia romântica agradável. O resultado da parceria Sampaio e Souza, somado à desenvoltura de Braga e Leone, resultam num trabalho certeiro de toda a produção. No fim, o longa é um filme sem barreiras, que está preparado para divertir e encantar todo e qualquer tipo de público – tudo isso embalado por músicas nacionais e internacionais que marcaram a década de 1980.

Direção: René Sampaio

Elenco: Alice Braga, Gabriel Leone, Juliana Carneiro da Cunha, Otávio Augusto e Victor Lamoglia

Assista ao trailer!