Crítica: Star Wars – O Despertar da Força (SEM SPOILERS)

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– CALMA, ESTE TEXTO NÃO CONTÉM SPOILERS –

Confesso que nunca tive por Star Wars o apego que tenho por outras franquias, como Harry Potter (fãs, tenham compreensão, rsrs). Mas sim, sempre curti os filmes e o universo intergaláctico como um todo. Por isso me animei muito quando soube que a história ia retornar ao cinema com uma nova trilogia de continuação da primeira, que foi lançada em 1977. Então fomos na pré-estreia fazer parte do frenesi dos amantes desta série, sentir em primeiríssima mão a sensação de ter Han Solo de novo nas telonas.

A história, como disse, dá continuidade ao episódio VI, e traz o grupo da Resistência combatendo a reorganização do Império Galáctico como a Primeira Ordem, que agora é comandada por Kylo Ren. A localização de Luke Skywalker, sumido há aproximadamente 30 anos, é uma informação privilegiada que o piloto da Resistência Poe Dameron leva para o planeta Jakku, a mando da General Leia Organa. Poe acaba sendo preso por Kylo, mas consegue despachar a informação do mapa por seu droide BB-8. Enquanto Dameron conta com a ajuda de um Stormtrooper, que se revolta contra a Primeira Ordem, para fugir da prisão, BB-8 é encontrado por Rey, uma jovem que sobrevive catando lixo em Jakku.

Semelhanças com alguns cenários anteriores? Sim. O longa traz um perfil bastante parecido ao Episódio IV, com cenas que lembram batalhas antigas, enredos que sabemos como vai terminar. Mas calma, isso não quer dizer nem um pouco que o filme é ruim. Muitíssimo ao contrário, ele é maravilhoso. Porém um pouco previsível em alguns momentos. Aliás, um detalhe que percebemos logo de cara é o respeito que o diretor J.J. Abrams tem pela saga. É uma reverência à história criada por George Lucas, um alento para o coração dos fãs da Saga. Por sinal, eles comemoraram muito. Bateram palma, gritaram, curtiram verdadeiramente o retorno da série. Era palpável a alegria e a ansiedade por Star Wars dentro da sala de cinema. Quando a primeira cena começou, com aquele letreiro subindo e aquela música tocando, foi impossível não disparar o coração e pensar: “estou fazendo parte de um momento épico”.

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Esse respeito de que falo fica muito claro no momento em que Harrison Ford aparece. Ele está acompanhado do fiel escudeiro dele, Chewbacca, e retorna com o mesmo estilo de sempre, devendo dinheiro a quem não deve. Outros elementos são igualmente maravilhosos, como o primeiro momento em que C3PO e R2-D2 surgem, a própria Leia, etc. As referências à primeira trilogia são diversas e acontecem a todo momento. A própria nave de Han Solo, a Millennium Falcon, também está de volta. Aliás, é um momento de ápice no filme. Ela é chamada de sucata, mas consegue salvar o dia e tem muito mais possibilidades do que eles imaginam.

A parte tecnológica do filme, uma das mais aguardadas, mereceu toda a atenção que recebeu. Eles conseguiram mixar as tecnologias atuais com os cenários verdadeiros e personagens de verdade, trazendo um perfil ainda mais semelhante com os longas anteriores. Ficou realmente muito bom porque eles conseguiram encontrar o equilíbrio necessário para não perder o que a série tinha de melhor e ainda assim, adaptar para os tempos atuais.

Vale ressaltar que os personagens são pontos altíssimos do filme. É preciso entender que o elenco principal é completamente novo, tanto em personagens como em atores. Ainda assim, o diretor de elenco consegue colocar os elementos anteriores, fazendo o filme muito familiar aos olhos do espectador. Eles são muito bem apresentados. É tudo novo, mas o antigo também está presente. Isso facilitou a transição, além de funcionar muito bem. A química de todo o elenco é ótima, a dinâmica funciona naturalmente.

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Um dado muito importante é que o filme deixa muitas possibilidades para os próximos. Muitas histórias sem final, muitos personagens que foram pouco trabalhados, muitos começos que clamam por um fim. Ou seja, o público pode esperar ansiosamente pelos próximos filmes, pois certamente muita coisa ainda vai acontecer.

Como não faço parte dos fãs desesperados pela série, não senti falta de coisas que certamente nossos amigos do Conselho Jedi, por exemplo, devem ter sentido. Mas senti falta da resolução de certos pontos, do aprofundamento de certos personagens. É inegável que o filme tem pontos de questionamentos importantes, situações que são mal explicadas, e, principalmente, um personagem principal que não é bem desenvolvido: o Kylo Ren. A expectativa é que isso mude nos próximos, de verdade. A primeira cena em que surge, você pensa que ele é incrível, invencível, amedrontador. No entanto, isso não é sustentado ao longo das cenas que se seguem. Mas reforço, como disse anteriormente, que existem muitos fios soltos no filme e talvez essa construção do vilão seja explicada nos próximos longas.

Nossa, o filme é realmente um momento histórico para todos os fãs, apreciadores, novos conhecedores e pra sociedade em geral. É um deleite, um acalento para os corações ansiosos que esperavam tanto pelo retorno daquele universo. Sim, tem seus pontos de dúvida. Mas não deixa de ser maravilhoso por isso.

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