Crítica: Alguém Como Eu

A comédia romântica nacional Alguém Como Eu chega aos cinemas nesta quinta-feira, dia 24, com uma premissa um tanto comum, mas relativamente bem executada. Paolla Oliveira interpreta uma mulher de sucesso no mundo da publicidade que mora no Rio de Janeiro. No entanto, toda a realização que tem na profissão ela não encontra na vida amorosa e, embora tente, não consegue se firmar num relacionamento.

Após cenas frustradas de um quase romance, ela recebe a proposta de ir morar em Portugal e acaba aceitando, como uma nova oportunidade de mudar a sua vida. Chegando lá, a protagonista se encontra com o personagem de Ricardo Pereira, português bonitão que logo se torna interesse amoroso de Helena. Mas nem tudo são flores quando a rotina vai surgindo na vida do casal.

Embora um pouco monótono em alguns momentos, o filme tem um ritmo interessante e entretém o espectador. É gostoso de acompanhar a evolução da personagem, principalmente quando se trata da sua percepção de vida. Helena vai se dando conta de que talvez os seus relacionamentos amorosos não deem certo porque ela projeta no outro um ideal de perfeccionismo que ela tem dela mesma.

É claro que a parte em que ela começa a visualizar uma mulher no namorado é um tanto dispensável. Aliás, acho que o próprio diretor percebeu isso ao sumir com a moça na mesma rapidez com que a inseriu na trama. No entanto, se pararmos para pensar na dualidade que este elemento propõe, a coisa fica mais interessante. Ela queria tanto que o namorado fosse mais parecido com ela, que acabou passando a ver uma mulher no lugar.

O filme toma cuidado de não ser machista, pelo menos na maior parte. Ela é feliz e satisfeita, mas quer um relacionamento amoroso e sofre por não conseguir isso. Ainda assim, claramente é ela quem manda e desmanda em tudo, tirando esse elemento de submissão feminina que vemos em muitos filmes.

O final, é bem verdade, poderia ser menos clichê. Ele beira o óbvio desde o começo e não traz nenhum elemento surpresa para o espectador. Mas como o ritmo do filme não é lá tão animado, então não chega a frustrar. Pode-se dizer que Alguém Como Eu é um filme bem mamão com açúcar, mas não vejo isso como algo ruim. Às vezes precisamos de filmes assim para dar uma relaxada e esse longa cumpre isso muito bem.

Assista ao trailer!