Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Crítica: Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

3.1

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania é mais um filme da Marvel que chega aos cinemas com muito alarde e uma recepção bem contraditória. Isso porque a cada dia que passa os marvetes estão mais exigentes e a própria produtora tem colocado cada vez menos esmero nas suas criações. Dito isso, cheguei para assistir ao longa sem qualquer expectativa de qualidade, o que foi ótimo pois acabei me deparando com algo melhor do que poderia imaginar.

Neste terceiro filme solo do super-herói, Scott Lang (Paul Rudd, Vingadores: Ultimato) lida com as mudanças de sua filha, Cassie (Kathryn Newton, O Retorno de Ben), que acaba de criar uma ferramenta de comunicação com o reino quântico. O que eles não poderiam imaginar é que os sinais emitidos pelo instrumentos estavam sendo captados, o que os levaria ao reino de fato. A dupla acaba sendo sugada, juntamente com Hope van Dyne (Evangeline Lilly, O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos), Dr. Hank (Michael Douglas, O Método Kominsky) e Janet (Michelle Pfeiffer, Malévola – Dona do Mal).

Quando chegam ao reino quântico, eles se deparam com muito mais desafios do que poderiam imaginar. Janet escondeu várias informações ao longo de anos, inclusive a sua relação com Kang, O Conquistador (Jonathan Majors, Os 7 de Chicago), o grande vilão do momento desta nova fase da Marvel. O filme vai fluindo de maneira muito natural, nos apresentando uma equipe, uma crise e um caminho de solução. É algo genérico, claro, mas que funciona muito bem por conta da execução do que é feito. Não há nada de errado em um bom e velho feijão com arroz, contanto que você saiba executar isso de maneira eficiente.

E é isso que acontece aqui em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania. O longa funciona bem como conexão de outros filmes que já estão lançados e outros tantos que ainda vão estrear. O caminho de construção da figura do vilão Kang está sendo bem razoável e o personagem tem toda a imponência necessária para infringir medo e terror nos personagens. Além disso, ele mantém o perfil que foi traçado desde o início e não apela para um lado cômico, que jamais existiria de fato.

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Com boas cenas de ação e dosando bem a intensidade dos atos, o filme funciona razoavelmente bem. Acredito que o fato de eu não esperar nada dele me ajudou a compreender a sua simplicidade como algo assertivo. É possível que o espectador mais ansioso tenha se decepcionado em alguns pontos. Mas o filme entretém e entrega o necessário para seguirmos para o próximo capítulo. E isso é mais do que suficiente por aqui.

As cenas pós-crédito (são duas) revelam que o caminho de construção do vilão vai levar a um embate épico no final, o que sustenta as teorias de que possivelmente o Homem de Ferro retorne, ainda que como personagem e não na pele de Robert Downey Jr. Algo que definitivamente elevaria essa fase para outro ponto que é, no momento, inalcançável.

A Marvel vem de um período bem complicado em que seus filmes não são mais tão bem recebidos como antes, mas a culpa recai apenas sobre ela mesma. Na ânsia de criar produções em escala, uma atrás da outra, eles têm deixado de lado a qualidade e o cuidado com as criações. É tudo meio feito de última hora, uma sensação de que não dedicaram a energia suficiente para aquilo ser realizado. Algo como um texto entregue sem revisão. E o espectador, por mais fanático que seja, não é burro e percebe tudo isso acontecendo. Essa certeza de que terá público, independente do que seja feito, é que tem sido o lado traiçoeiro da companhia.

Voltando ao ponto de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, ele funciona direitinho e nos entrega uma boa produção. A frustração se dá quando vemos um chef de cozinha entregando um feijão com arroz simplório e ficamos tentados a pensar como seria uma produção mais audaciosa e dedicada. Ainda assim, vale conferir nos cinemas e seguir nessa saga que está entregando bem menos do que a fase anterior, mas ainda com algum potencial. Tudo depende da própria Marvel!

Direção: Peyton Reed

Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Michelle Pfeiffer, Jonathan Majors, Kathryn Newton, Bill Murray, Katy O’Brian

Assista ao trailer!