Planos gerais, com espaços completamente abarrotados de objetos. É essa a dinâmica de encenação estabelecida por Sam Manacsa. O seu objetivo com Juro de Coração é colocar o espectador no universo de sua protagonista, Mila (Jorrybel Agoto). Neste sentido de imersão, principalmente no quesito ambientação inicial, o curta-metragem é bem sucedido.
Em alguns planos, Manacsa coloca, inclusive, Mila centralizada na tela, revelando como a jovem está no foco da discussão. Mas, também existe a sensação de como se ela fosse um ponto de energia no meio do caos que a envolve.
Assim, ao mesmo tempo que esteticamente é instantânea a percepção de que a vida da figura central está em conflito, há uma progressão no enredo e, aos poucos, o espectador entende o cenário de Mila e seu ofício.
Até o momento do grande plot twist do filme, a projeção ocorre de forma satisfatória. Há tempo para desenvolver a personagem principal. Ao seu redor, existem coadjuvantes que cumprem suas funções narrativas. Em termos de luz, temperaturas, objetos de cena e figurinos, os símbolos estão todos postos.
O amarelado, meio esverdeado, convoca a impressão dessa sujeira, deste sufoco e ausência de escapatória de Mila. Está tudo ali e a projeção passa raspando em apresentar um bom resultado geral. O grande problema é a decisão do que colocar como virada da trama e como ocorre o desenlace.
A reviravolta soa como um desejo um tanto pueril de impactar por impactar. Depois, o desenvolvimento que vinha acontecendo cessa. Depois do ocorrido impactante, mais algumas ações ocorrem e o curta termina. Desta maneira, tudo que fora feito é perdido, fazendo com que a qualidade caia. É frustrante, porém Juro de Coração até que vale a pena. Com sua estética abarrotada e uma protagonista carismática, somente o seu desfecho deixa a desejar.
Direção: Sam Manacsa
Elenco: Jorrybell Agoto, Aje Candelaria, Carla Zarcal
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