Um misto de tenso, empolgante e super motivacional. Essa pode ser uma descrição justa de Voando Alto. Com elenco excelente e atuações precisas, o enredo traz a tentativa incansável de um jovem de participar das Olimpíadas. Um esforço honroso que pode inspirar muitas pessoas e tem um quê de Zootopia, que afirma sempre que a pessoa deve seguir os sonhos, não importa o que os outros falem.
O longa conta a história baseada em fatos reais do esportista Eddie Edwards, desde o início de sua infância até a fase adulta. O roteiro vai passeando em seus problemas quando criança, que tinha um defeito nas pernas que o obrigava a usar uma bota especial. Ainda assim, ele seguia alimentando o sonho de ser campeão olímpico. A verdade é que Eddie não tinha muito jeito para o esporte e saiu tentando todas as possibilidades até que finalmente encontrou o ski.
Taron Egerton, que nos foi apresentado com bom trabalho em Kingsman – Serviço Secreto, cabe muito bem ao papel de Eddie, que traz uma estranheza e uma loucura muito familiar dos adolescentes sonhadores. Ele é definitivamente incansável. E não é como se o mundo não tentasse que ele parasse de se esforçar. Absolutamente tudo que podia dar errado, deu em algum momento. Mas ainda assim, ele não desistia.
No meio do caminho conturbado para realizar seu sonho, ele conhece Peary, interpretado por Hugh Jackman (que também está ótimo no papel). Peary é um ex-esquiador famoso que não conseguiu ser campeão olímpico por conta de seu vício na bebida. Em função desta falta de disciplina, ele trabalha como limpador de neve de um centro de esquiadores.
A dupla tem uma boa dinâmica e é acompanhada de um elenco bem escolhido que inclui ainda Christopher Walken, Keith Allen e Jim Broadbent. O diretor Dexter Fletcher ainda está no início de sua carreira como cineasta, mas já apresenta um trabalho razoável. A trilha sonora também contribui bastante para o clima de empolgação e tensão da trama.
O pecado, acredito, é no excesso disso tudo. É motivador demais, empolgante demais e tenso demais. Em certo momento, fica um tanto exaustivo. Não que isso prejudique completamente a trama, mas desvirtua um pouco seu objetivo. Fica auto-ajuda demais. Podiam ter equilibrado um pouco mais esse lado. Ainda assim, não deixa de ser um filme bastante interessante.