Crítica: Três Anúncios Para Um Crime

Em Três Anúncios Para Um Crime, uma mãe revoltada com a falta de interesse da polícia em resolver a morte de sua filha coloca três outdoors na estrada falando sobre o crime e citando o nome do xerife da cidade. Ela acaba causando o maior alvoroço no pequeno município, chamando a atenção não apenas para aquele caso, como para outras questões inerentes àquela sociedade.

Frances McDormand vive a protagonista Mildred Hayes. Aliás, o faz de maneira formidável. Toda a brutalidade necessária para aquela mãe, assim como a suavidade de seu sofrimento, são explorados muito bem por Frances, cena após cena deste filme que prende o espectador com muita facilidade. Ela traz muita força para Mildred.

Não apenas a história é interessante e cativante, como a maneira como a narrativa é conduzida. O enredo vai crescendo de maneira gradativa e bem explicada, dando cada ponto nos personagens, sem deixar nenhum fio solto. Não é à toa que o longa foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Aliás, Três Anúncios Para Um Crime acumula boas indicações, como Melhor Filme, Melhor Atriz para Frances, Melhor Ator Coadjuvante para Woody Harrelson e Sam Rockwell, além de Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora Original.

O roteiro conduz a história com um toque de humor negro. Apesar de uma temática pesada e cenas fortes, o espectador consegue rir (às vezes um pouco de desespero, sim). É preciso dar destaque à Woody Harrelson. Ele vive o xerife da cidade que é acusado por Mildred e intensifica cada momento do personagem com maestria. Vale muito a indicação ao Oscar, assim como Sam Rockwell, que vive o instável policial preconceituoso, que tem uma reviravolta importante na trama.

Aliás, o filme mostra muito a importância de desfecho de um tema, mas também como a vingança não dá conforto à ninguém e ainda pode piorar as coisas. É deixado claro em muito momentos como o ódio só alimenta mais ódio e as questões não serão resolvidas por esse sentimento. Embora tenha uma lição muito importante no filme, esse não é o propósito primordial dele. O que torna tudo muito melhor e menos forçado.

Ainda que muito equilibrado, com roteiro bom e elenco coeso, a alma do filme é realmente Frances McDormand, que respira cada segundo da dor da personagem e seus sentimentos mais fortes. Escolha fundamental para o produto final, que é incrível. Vale cada indicação ao Oscar!

Assista ao trailer!