Twisters

Crítica: Twisters

3.8

Quem aí se lembra daquele filme dos anos 1990, com os astros da época Helen Hunt (À Espreita do Mal) e Bill Paxton (O Círculo)? O Twister original era aquele que passava bastante na Sessão da Tarde e sempre tinha a cena da vaca indo pelos ares (literalmente). Agora em 2024, temos uma nova versão com os queridinhos do momento, Daisy Edgar-Jones (Um Lugar Bem Longe Daqui) e Glen Powell (Todos Menos Você), à frente da super produção Twisters.

O diretor Lee Isaac Chung nos traz um trabalho completamente diferente daquele que conferimos em Minari – Em Busca da Felicidade, há alguns anos. Aqui ele imprime toda a veia de ação que ele possa ter, nos oferecendo tensão a todo momento. Ainda assim, conseguimos ver as sutilezas do roteiro nos detalhes, o que nos faz estar cada vez mais envolvidos com os personagens, a cada cena que passa.

Twisters já começa a produção com um grande ápice, que é o acidente que marca para sempre a vida de Kate. Ela é uma caçadora de tornados que vai em busca de uma tempestade e acaba perdendo três de seus melhores amigos no acidente. Anos depois, um dos sobreviventes entra em contato com ela para ajudar a tentar resolver esse problema dos tornados, que causa tantas tragédias e mortes por onde passa.

Neste meio do caminho é que chega Tyler, um cientista youtuber bem diferente do perfil dela, que gosta de televisionar a sua caçada e atrair o público. A antipatia acontece logo de cara e sabemos que ali terá uma relação tensa a ser construída.

Não existe nada de muito inovador no roteito de Twisters. Uma protagonista traumatizada que tem que voltar ao local de seu trauma para lidar com os fantasmas do passado, enquanto um bonitão irreverente chega para atrapalhar a sua caminhada solitária. Então aqui precisamos focar na execução dos fatos, que é bem bacana, diga-se de passagem.

Twisters

Eu, particularmente, adoro Daisy Edgar-Jones desde que ela fez a maravilhosa minissérie Normal People. A sutileza da sua atuação, a forma como ela consegue nos convencer de aboslutamente qualquer emoção e a facilidade com que isso acontece, nos envolve com qualquer personagem que ela nos oferece. Ela foi um dos motivos que me animou a ver esse filme, por sinal. O outro motivo foi Glen Powell, que está na crista da onda do momento e também tem muito carisma. Aliás, carisma é o que não falta neste elenco, que oferece ótimas interações e dinâmicas.

O casal principal têm os seus caminhos cruzados a todo instante, forçando um contato que ela não tem o menor interesse. Ele, por outro lado, está curioso com a presença daquela desconhecida. Tudo isso em meio a muitas cenas de ação, que precisamos observar com detalhes. O filme de 1996 foi indicado ao Oscar de Melhor Efeito Visual, deixando a situação deste aqui meio complicada. Mas que bom que investiram bem no CGI, que está bem aplicado. As cenas catastróficas são incríveis e consistentes, fazendo com que o espectador não queira nem piscar para não perder os detalhes.

Além disso, colocar o potencial romance dos protagonistas como plano de fundo para toda aquela ação e perseguição de tornados é uma ótima ideia para nos dar alívio de emoções e nos conectar com aquela história. À medida que Twisters avança, vamos conhecendo mais aquelas pessoas e entendendo a personalidade de cada um. Sem isso, acredito que seria apenas mais um filme qualquer de ação, daqueles que não esperamos rever depois.

Mas não é esse o caso por aqui. Faltou, no entanto, um pouco mais de coragem da parte de Chung de nos oferecer o ápice do romance. Os protagonistas nos dão uma química incrível e perspicaz, nos fazendo realmente acreditar em todas aquelas emoções que vão surgindo. Mas o roteiro não se dignou a nos presentear com um mísero beijo final, o que é absolutamente frustrante.

Ainda que tenha algumas problemáticas, isso não tira o sucesso do resultado final de Twisters. É um filme cheio de ação, tensão, pitadas de romance e entretém do começo ao fim. Ele tem uma energia bem de filmes de ação dos anos 1990, que eu adoro porque sempre foi uma ótima década para o gênero. Vale muito a pena conferir no cinema!

Direção: Lee Isaac Chung

Elenco: Daisy Edgar-Jones, Glen Powell, Anthony Ramos, Maura Tierney, Brandon Perea, Sasha Lane, David Corenswet

Assista ao trailer!