Crítica: Logan

Sempre que pensamos em Wolverine, associamos rapidamente a Hugh Jackman. Também pudera! O ator é a alma e a essência do personagem, vivendo suas realidades tão intensamente que acabam se misturando em um só. Em Logan, todo esse trabalho de caracterização de anos é explorando minunciosamente, traduzindo em um filme que é um verdadeiro tributo aos fãs do personagem e do quadrinho. São 17 anos de Jackman como Wolverine e o fim desta era não poderia ser mais honroso do que esse longa incrível.

A história se passa em 2029, quando praticamente todos os mutantes conhecidos de Logan já morreram e ele procura viver uma vida comum, como motorista, para sustentar o Professor Xavier, que tem seus poderes controlados para não causar danos. Logan é então procurado por Gabriela, uma mulher que suplica por sua ajuda para se livrar de um mercenário que quer sua filha.

A evolução da história, desde a apresentação desta nova situação de Logan até ele se deparar com o seu propósito naquele momento acontece em uma construção muito bem feita do personagem como ele está. O filme é baseado nos quadrinhos do “Velho Logan” e essa questão é explorada com cuidado e perfeição, mostrando como o passar dos anos e sua vida como mutante influenciou na seu estado atual. Como todo aquele sofrimento de anos custou alto para Logan, que agora sofre com as escolhas do passado.

É com extrema criatividade que o diretor James Mangold lida com os desafios de expor um personagem querido pelo público em uma situação de despedida. Ainda que exista um cuidado em manter o quesito ação no longa, a parte do estudo psicológico de Logan, tão importante, é mais explorada pelo roteiro. Ele não perde a essência de ser um mutante, mas está igualmente humano, igualmente cheio de dúvidas e questões.

Hugh Jackman nos apresenta um trabalho tão incrível e cuidadoso, que se torna uma homenagem ao personagem que o consagrou tão bem. O roteiro é preenchido de sentimento, sem beirar o excesso ou o piegas. É dor verdadeira, é falta de esperança, é sofrimento real. A relação dele com Professor Xavier é um ponto alto de exploração deste sentimento contraditório, que vai do amor à dor em segundos.

Em meio à essa dificuldade de lidar com as novas questões, surge a personagem Laura Kinney/ X-23. Ela é uma criança produzida em laboratório com o mesmo material inserido em Logan, o adamantium. A menina é inserida com cuidado e precisão na trama, causando sentimentos diversos no público. É assustador e, ao mesmo tempo, necessário tudo o que acontece com ela. Assistir a uma menina decapitando uma pessoa é, no mínimo, desconfortável para o espectador, mas extremamente bem colocado em cada momento. Apesar do tom extremamente violento do filme, não há, em absoluto, uma violência gratuita.

Logan é um filme cuidadoso, bem encaixado e absolutamente incrível no resultado. Para Hugh Jackman, que já falou que não viverá o personagem novamente, é uma despedida mais do que adequada e honrosa a todo seu esforço em criar essa atmosfera. O longa é milimetricamente cuidado e certamente vai agradar gregos e troianos. É simplesmente imperdível. Sem exageros, um excelente filme.

Assista ao trailer!

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