Crítica: Creed: Nascido para Lutar

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Ídolo: Sylvester Stallone retorna na pele de Rocky Balboa, agora como técnico de um jovem talento do boxe

 

Em 1976, conhecemos em Rocky – Um Lutador a história de Rocky Balboa (Sylvester Stallone), um lutador de boxe novato que consegue a luta de sua vida com ninguém menos que Apollo Creed, campeão invicto de peso pesado. Após 40 anos e outros seis longas sobre esse ícone de uma geração, chega a hora de mais um sonhador entrar no ringue para provar que merece estar ali. Em Creed: Nascido para lutar, o enredo gira em torno de Adonis Johnson (Michael B. Jordan), filho de Apollo, que possui Rocky como seu treinador.

Durante mais de duas horas de projeção, a película, dirigida por Ryan Coogler (de Fruitvale Station), vai construindo o perfil da personagem central e estabelecendo a conexão dele com Rocky. O roteiro vai crescendo e se demonstrando eficaz e sólido no desenvolvimento das relações de Balboa e Johnson, trazendo percalços e complicações no caminho que demonstram a dificuldade da profissão e da própria vida.

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Emoção: Filme promete arrancar muitas lágrimas da plateia.

 

O filme consegue tocar o coração dos espectadores mais sensíveis, com momentos de reflexão que, ainda que rápidos, podem balançar o público. Porém, em alguns momentos, Creed incomoda por tentar forçosamente arrancar as lágrimas da plateia, principalmente com uma trilha sonora mais sugestivas ao choro. No entanto, o incômodo logo passa quando Coogler traz cenas do ringue de tirar o fôlego, com direito a câmera lenta de sangue, olhos inchados de socos firmes e provocações entre lutadores.

Os dois pontos altos do longa são os treinos e as lutas. Quando não há o boxe envolvido, a película tende a atingir as emoções dos mais desavisados e inclusive traz a criação de um casal que pode ser vista como desnecessária. Apesar de aliviar um pouco as tensões dos embates de Johson em suas lutas, a presença da namorada do jovem, Bianca (Tessa Thompson), só não é completamente inútil porque a atriz tem uma bela voz e se afasta um pouco do estilo de mocinha convencional, aquela que aceita tudo dentro do relacionamento.

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Romance: Casal principal só não naufraga graças o talento da dupla Michael B. Jordan e Tessa Thompson

 

Creed: Nascido para Lutar poderia ser um spin-off fraco e caça níqueis, mas ele convence, emociona e dá de presente aos fãs mais um episódio da saga de Rocky, agora com um sucessor que promete gerar muitos outros longas pela frente.