31 anos depois de O Exterminador do Futuro

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Cameron e Schwarzenegger nos bastidores de O Exterminador do Futuro

 

O Exterminador do Futuro – Gênesis (leia a crítica aqui ) chega aos cinemas 31 anos após a estreia de O Exterminador do Futuro, filme que inaugurou uma das franquias hollywoodianas de maior sucesso. De lá para cá foram mais três filmes, O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final (1991), O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas (2003) e O Exterminador do Futuro – A Salvação (2009).

Para além dos próprios filmes da franquia concebida por James Cameron, podemos falar das transformações, para o bem ou para o mal, que ela trouxe para todos os nomes envolvidos no primeiro filme.

Empreendedor,técnico, revolucionário

Antes de O Exterminador do Futuro, James Cameron só havia dirigido Piranhas 2 – Assassinas Voadoras em 1981, ou seja, nada muito significativo no currículo de um diretor em Hollywood. Com O Exterminador do Futuro, filme de 1984, Cameron consolidou sua trilha rumo ao panteão do cinema norte-americano trazendo de cara algo que se tornou uma marca da sua filmografia, a inovação tecnológica. A franquia O Exterminador do Futuro é o melhor exemplo disso, seja na utilização de robôs e do stop motion no primeiro longa, seja na aplicação de efeitos em CGI no segundo longa da série em 1991, passando o bastão para Spielberg aperfeiçoá-los ainda mais em seu Jurassic Park dois anos depois.

O sucesso de Cameron em O Exterminador do Futuro deu para ele o “cheque em branco” necessário para que fizesse o que quisesse nos estúdios. Seguiram Aliens – O Resgate, continuação do longa de Ridley Scott, O Segredo do AbismoO Exterminador do Futuro 2True Lies e, claro, Titanic, drama sobre o naufrágio histórico na primeira metade do século passado, e que lhe rendeu os Oscars de melhor filme, direção e montagem, além das outras oito estatuetas entregues a outros departamentos do longa.

A partir de Titanic James Cameron faria sua maior pausa entre seus filmes. Aliás, uma das marcas do realizador são os longos períodos entre os seus longas. Cameron é um perfeccionista e sempre aguarda o aperfeiçoamento dos recursos tecnológicos que pretende utilizar em suas histórias antes de concebê-las de fato. Avatar, filme seguinte da carreira do diretor, levou doze anos para ser feito até que Cameron tivesse segurança de que poderia conceber o mundo de Pandora em CGI e, mais, pudesse contar toda essa história em 3D. Com Avatar, o 3D se popularizou nos cinemas, sendo até mesmo responsável por uma alavancada na arrecadação das bilheterias de cinema. Avatar levou 3 Oscars e, com o formato 3D, cujo ingresso é mais caro, conseguiu alcançar o título de maior bilheteria da história do cinema.

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Schwarzenegger durante o seu mandato de governador da Califórnia ao lado da esposa Maria Schriver.

 

Das telas para a política

Arnold Schwarzenegger. Taí outro cara que não pode reclamar dos frutos que O Exterminador do Futuro lhe trouxe. O filme de James Cameron tornou Schwarzenegger um ícone da cultura pop através do seu Exterminador. Claro que antes da ficção-científica, Arnold já tinha feito o seu nome em filmes como Conan, o bárbaro, mas nada que se iguale à franquia inaugurada por Cameron. No entanto, Schwarzenegger não se tornou refém desse personagem.

Com James Cameron o ator firmou uma sólida parceria que se repetiu não apenas no segundo filme da franquia como também em True Lies. Seguiram O Exterminador do Futuro na carreira de Arnold: O PredadorComando para Matar, O Vingador do Futuro… Filmes que o tornaram um personagem fundamental do cinema “testosterona” que tomou conta de Hollywood nos anos 80 ao lado de Silvester Stallone, Jean Claude Van Damme, Mel Gibson, Bruce Willis, enfim toda a turma que vemos reunida com muito espírito esportivo e senso de humor em Os Mercenários.

Mas Arnold também demonstrou versatilidade. Fez comédias como Irmãos Gêmeos, Junior Um Tira no Jardim de Infância, clássicos da nossa Sessão da Tarde. Nada que o transformasse em um ator mais articulado, é verdade, mas  evidencia o propósito de Schwarza na indústria: a diversão, dele e nossa.

A década de 1990 e início dos anos 2000 foi um período um pouco complicado para Arnold. Filmes como Batman e RobinEfeito Colateral não fizeram nenhuma diferença na carreira do ator. Foi o período também que Schwarzenegger resolveu candidatar-se pelo partido republicano a governador da Califórnia, conseguindo ser eleito em 2003, quando tentou dar um último suspiro à sua carreira com o retorno do exterminador em O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas.

A pausa que Schwarzenegger deu na sua carreira no cinema em função da política parece ter dado uma leveza e um sentimento de saudade do público que, hoje, mesmo aparições modestas do ator, como em Sabotagem Rota de Fuga, são bem recebidas pelo público e pela crítica. Atualmente, Arnold está em cartaz não apenas com O Exterminador do Futuro – Gênesis mas também com o independente Maggie – A Transformação, que tem arrancado elogios da crítica e que também traz Abigail Breslin (a eterna Miss Sunshine) no elenco na pele de uma garota infectada por um vírus zumbi. Arnold é o pai de Breslin na história.

Vida longa a Schwarza!

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Linda Hamilton hoje (esquerda) e como Sarah Connor em O Exterminador do Futuro, de 1984 (direita). Atriz foi substituida por Emilia Clarke de Game of Thrones no novo filme da franquia.

 

A maldição do ícone pop?

Se Arnold Schwarzenegger colheu os louros da fama ao viver o exterminador, o mesmo não pode ser dito da sua colega de cena Linda Hamilton, que eternizou Sarah Connor como uma das principais heroínas de ação da década de 80/90 junto com a Ripley de Sigourney Weaver da série Alien.

Antes de O Exterminador do Futuro, Linda Hamilton só havia participado de séries e filmes para TV, nada de muito significativo na sua carreira. O nome da atriz passou a ser conhecido quando ela encarnou Sarah Connor no filme de James Cameron. Hamilton, por sinal, casou-se com o diretor, mas engana-se que o casal tornou público o relacionamento durante as filmagens de Exterminador 1 e 2 , Cameron e a atriz oficializaram a união somente em 1997. Juntos tiveram uma filha Josephine, nascida em 1993. Linda e Cameron divorciaram-se em 1999, quando o diretor engatou o seu próximo casamento com outra atriz de um de seus filmes, Suzy Amis, a neta de Rose em Titanic.

Após O Exterminador do Futuro, Hamilton atuou em filmes como O Erro Fatal e Destino em Dose Dupla, sem grande sucesso nessas empreitadas. O próximo papel de Linda na TV traria de volta a popularidade para a atriz, a Bela do seriado A Bela e a Fera, ao lado do ator Ron Perlman. Na série a personagem se chamava Catherine Chandler. Por esse trabalho, Hamilton recebeu o Globo de Ouro e o Emmy. A série teve três temporadas e terminou em 1990, a tempo de Hamilton voltar ao cinema em O Exterminador do Futuro 2.

Na segunda metade da década de 1990, nenhum trabalho deu grande destaque a atriz que oscilou entre participações na TV e filmes que foram direto para o mercado de Home Video. Hamilton voltou a dar vida a Sarah Connor em O Exterminador do Futuro – A Salvação, filme de 2009, só que dessa vez somente como a narradora da história.

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Michael Biehn hoje (esquerda) e como Kyle Reese de O Exterminador do Futuro (direita). Personagem é vivido por Jai Courtney no novo filme.

 

Ambições modestas

Par romântico de Linda Hamilton em O Exterminador do Futuro, Michael Biehn viveu Kyle Reese, soldado enviado do futuro para proteger a mãe do líder da resistência humana John Connor.  O ator teve uma carreira pós-Exterminador um pouquinho mais expressiva que Hamilton.

O primeiro grande papel de Biehn foi em O Fã – Obsessão Cega, filme de 1981 no qual interpreta um fã da personagem vivida por Lauren Bacall. Antes disso, Biehn havia feito pequenas participações em séries de TV e até mesmo em Grease – Nos tempos da brilhantina. A partir de O Exterminador, o ator passou a ser mais requisitado, voltando a trabalhar com Cameron em outros dois filmes de sua direção, O Segredo do Abismo Aliens – O Resgate. No primeiro, por sinal, a atuação de Biehn foi bastante elogiada.

Na década de 90, o ator esteve em alguns filmes populares como K9 – A Montanha da morte A Rocha. Nos anos 2000, o ator pôde ser visto em longas como Planeta TerrorO Abrigo. 

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