Crítica: Vingadores – Guerra Infinita

Falar sobre filmes da Marvel ou da DC Comics virou uma tarefa um pouco ingrata nos últimos tempos. Cada vez mais os fãs ficam partidários e ai de você que faça qualquer tipo de crítica negativa ao longa do momento. Por felicidade de todos, Vingadores: Guerra Infinita não é o caso e vai agradar a população geral de cinéfilos, sem qualquer tipo de distinção de fandom.

Os Vingadores estão separados depois do último conflito e procuram viver suas vidas independentes e da maneira mais normal possível. Eis que surge o vilão Thanos para ameaçar o universo. Ele está em busca das 6 Joias do Infinito, que vão lhe conferir o poder absoluto sobre tudo e todos. Desesperado por ter presenciado um cena chocante, Bruce Banner, nosso querido Hulk, vai em busca de ajuda para reunir os heróis novamente.

Os diretores Joe e Anthony Russo recebem um desafio e tanto ao ter que colocar tantos super-heróis em cenas e dar a eles oportunidade de se exibir. Não é à toa que o filme possui mais de 2h30 de duração, já que precisa mostrar, mesmo que um pouco, de todos. Aliás, eles fazem isso de uma maneira incrível. O espectador é contemplado a todo momento e o equilíbrio de importância que eles conferem a cada personagem é realmente cuidadoso. Eles já vinham mostrando um pouco disso nos últimos dois filmes de Capitão América. Mas neste, elevam a outro nível.

O desafio de colocar tantos heróis em cena tem outro problema: a disputa de egos de personagens e atores. Sim, é muita personalidade dominante junto e isso poderia ser um grande problema. Mas o que se percebe é uma parceria grande, um clima agradável de filmagem e uma intenção extremamente positiva de fazer aquilo dar certo. E como deu certo!

O roteiro precisa efetivamente ser observado. A história é profunda e coerente. Todos os fios são conectados e não é apenas aquele grande compilado de cenas de luta e pessoas morrendo. Embora o ritmo seja bem intenso, o filme vai além disso e mostra a parte sentimental dos personagens, a humanidade deles. Até o próprio vilão tem seu momento, mesmo ele sendo realmente assustador. Aliás, essa é uma característica que acaba sendo reforçada pelo lado “humano” dele.

O filme é dos Vingadores, mas a história é de Thanos. O vilão é o centro e o foco do longa e faz todo sentido que seja. Ele é forte, poderoso e determinado, passando por cima de tudo e todos com seu objetivo. Nada mais justo que a importância maior fosse dada a ele mesmo. O que se vê é uma série de heróis se dividindo e se unindo com o objetivo de destruir o vilão, que segue forte na sua empreitada. Por tudo isso, esse não será um vilão esquecido, posso afirmar com certeza.

A equipe visual e de som fizeram um trabalho notável, associando ainda mais qualidade ao roteiro. As cenas são bem construídas e distintas, fugindo daquele padrão que costumamos ver de emaranhado de explosões que o espectador nem entende quem é quem.

O longo tempo de exibição parece curto para o filme. Tudo passa tão rápido e envolve tanto o espectador, que nem percebemos quando acaba. É intenso e fluido ao mesmo tempo. Os tons de risada e graça que são conferidos em muitas cenas fazem com que a leveza se estabeleça também, permitindo que o espectador respire um pouco. Mas sem beirar o exagero e sem correr o risco de pesar na profundidade da trama.

A união de tantos universos diferentes num mesmo filme é um mérito que precisa ser notado. Cada personagem tem seu estilo, sua forma de surgir. E tudo isso é respeitado em cena, sem parecer uma colcha de retalhos. A combinação funciona tão bem que parece muito natural o surgimento de cada herói na trama. Mais um ponto de parabéns para os irmãos Russo.

O final é obscuro, pesado e incrível. Deixa o espectador sem fôlego e extremamente ansioso para os próximos filmes que virão e quais as consequências que essa Guerra Infinita vai trazer. Definitivamente esse é um dos melhores filmes de super-herói dos últimos tempo, quem sabe até da história.

Assista ao trailer!