Crítica: Vai Que Cola – O Filme

Vai-que-cola-o-filme

Um filme inspirado em uma série de televisão. Isso é bem comum nos Estados Unidos, como aconteceu com Sex And The City, que chegou a ter duas adaptações. Aqui no Brasil, a prática ainda não é tão comum assim, mas já começou com o pé direito com Vai Que Cola. Se você curte a série, com certeza vai cair na gargalhada no filme.

Fomos à sessão de estreia a convite do Shopping Paralela, que contou com a participação da atriz Cacau Protásio, aqui em Salvador. Com as sessões lotadas, deu pra sentir bastante qual foi a sensação da galera que assistia ao filme em primeira mão. Muita risada, isso com certeza.

O programa Vai Que Cola, para quem não está muito ambientado, está na sua terceira temporada e conta a história de Valdomiro, um malandro que, depois de se meter em uma falcatrua, perde todo o seu dinheiro e vai morar em uma pensão no bairro do Méier, no Rio de Janeiro. Lá ele se depara com os mais diferentes tipos de pessoas e vai vendo que a vida é muito além de seu apartamento no Leblon.

No filme, Valdomiro consegue finalmente recuperar o apartamento ao se envolver novamente com seu ex-sócio, um estelionatário de carteirinha. Ele está todo feliz que vai se livrar dos “pobres do Méier”, quando, durante uma chuva, o telhado da pensão cai e o pessoal não tem para onde ir. Muito a contra gosto, ele resolve receber todos lá no Leblon, até que eles tenham dinheiro para a reforma do lugar.

Claro que isso só podia dar comédia. No entanto, rola um preconceito também, completamente desnecessário. A Cacau, por exemplo, é ridicularizada por ser gorda. O personagem de Marcus Majella, por ser gay. A linha é tênue, mas nem tanto. Em certos momentos as piadas são mais leves, porém em outros, passam do limite. E isso incomoda o espectador, principalmente se ele se identificar com os estereótipos “bullinados”.

Vai-Que-Cola-OFilme-Crédito-Paprica-Fotografia-5_0

Acho que essa questão do preconceito só não chama mais a atenção, porque o filme como um todo não se leva a sério. Nem os personagens, nem a história, muito menos Paulo Gustavo, que é o grande destaque do enredo. Não ser levado a sério faz com que a situação seja menosprezada.

Tirando isso, o filme funciona bem como adaptação da sitcom. Leva o mesmo estilo, mas tem uma identidade própria. E cumpre muito bem o seu papel de ser comédia escrachada, que faz o espectador sentir dor na barriga de tanto rir.

Paulo Gustavo é um natural na comédia. Ele interage com a câmera em muitos momentos, referindo-se às situações como cenas de filme mesmo, numa clássica metalinguagem. E isso dá super certo. A dinâmica é interessante e confere leveza ao longa como um todo.

O resto do elenco é carregado de estereótipos que poderiam ser mais bem trabalhados e dar mais chance para o potencial de cada um. Quem não se salva de jeito nenhum é Fiorella Mattheis, que está ali só para preencher a cota de “gostosa burra”, pois não faz ninguém rir em momento algum. Os demais, tem um estilo próprio e entretém o público.

No final das contas, Vai Que Cola possui muitos equívocos, mas se salva por fazer o espectador rir às gargalhadas em quase toda a projeção.

Pin It on Pinterest