Crítica: Sol da Meia Noite

O longa Sol da Meia Noite traz a proposta de romance impossível adolescente com uma pitada de doença e morte no meio do caminho. Soa familiar? Sim, isso porque ultimamente esse é um tipo de roteiro que tem sido bastante explorado por aí. Alguns positivamente e outros nem tanto. Em Sol da Meia Noite, o limiar é muito tênue e o resultado ainda me deixa com dúvidas.

Katie é uma jovem que sofre de uma doença incurável que a deixa extremamente sensível à luz do sol. Se exposta aos raios solares, ela pode despertar a doença autoimune, desenvolver câncer, etc. Por conta disso, aprendeu a viver a vida na noite e na exclusão de sua própria casa. Tudo muda um dia, quando ela se encontra à noite na estação de trem com um garoto que sempre acompanhava na janela de seu quarto. A partir daí, toda a quietude de sua rotina é abalada e sofre grande transformações.

A história principal, guardadas algumas mudanças, é muito semelhante a do filme Um Amor Para Recordar. O que frustra, talvez, é o timming deste aqui. Em um momento em que o povo resolve criar mil doenças nos filmes de romance, Sol da Meia Noite traz pouca inovação para o cenário. Não há elemento surpresa na história, que caminha óbvia do começo ao fim. Mas um compilado de boa escolha de elenco com cenas bem pensadas faz com que o longa não seja completamente perdido.

A presença da estrela da Disney Bella Thorne mostra muito do objetivo de público do filme, que é mais adolescente. No entanto, confesso que ele agrada aos adultos também. Pelo menos aqueles que gostam de uma história mais melosa. Bella é bem natural em cena e tem uma química boa com sua coadjuvante e amiga, Quinn Shepard. Aliás, essa última se destaca bem mais que a maior parte do elenco. O grande desastre mesmo é Patrick Schwarzenegger, que é um bobão em cena. Não consegue criar um ar de romance hora nenhuma e tem que fazer uso dos músculos para se parecer mais interessante.

A finalização da trama é complicada porque, como dito anteriormente, não traz elemento surpresa ou inovação. Entramos naquele mesmo universo de “como o sofrimento e/ou amor podem mudar a vida das pessoas”. E sim, isso é legal em um livro de autoajuda. Mas em um filme fica cansativo demais, especialmente da maneira como é feita.

De uma forma geral, Sol da Meia Noite é um filme bem bobinho e sem novidade. Mas ele acaba funcionando relativamente bem pela execução do roteiro repetitivo. Diria que é um filme dispensável mas, já que ele existe, não é detestável. Acredito que vai entreter o público, especialmente o adolescente que é fã de Bella Thorne.

PS: a maquiagem de doente da protagonista é sofrível. O espectador consegue ver cada camada da base de quinta categoria que foi utilizada. Uma pena.

Assista ao trailer!