Crítica: Ouija – A Origem do Mal

Todo mundo já deve ter visto em algum filme ou até ouvido falar do tabuleiro Ouija. Talvez não com esse nome, mas é aquele jogo em que as pessoas invocam os espíritos para responder perguntas e questionamentos sobre o outro lado. É bem antigo, na verdade. Podemos vê-lo, por exemplo, na série Downton Abbey, que se passa na Inglaterra de 1920. Ou seja, apenas o fato de o jogo efetivamente existir já dá uma veracidade maior na história como um todo.

Em Ouija – A Origem do Mal, a família Zander lamenta a morte do patriarca e tenta ganhar dinheiro através de algumas armações para falar com espíritos. Em dado momento, a filha mais velha surge com a história do tabuleiro Ouija, que está fazendo sucesso naquela época (o filme se passa nos anos 1980), e diz que pode ser um bom acréscimo para o serviço que elas oferecem. Só que claro, como todo filme de terror, o tiro sai pela culatra e os espíritos acabam realmente se manifestando e assombrando a família.

Esse filme tem algo interessante com relação ao contexto da história. Como se passa em uma época em que a tecnologia não era tão avançada, acaba se beneficiando e dando mais credibilidade ao roteiro. Mas ainda assim, cai naquele velho problema de mesmice que vemos há algum tempo no gênero de terror, onde o susto por vezes supera o medo e este é, ao meu ver, um dos maiores erros.

ouija5

Com um elenco até interessante e uma mini protagonista verdadeiramente assustadora, o longa peca por não inovar e trazer os mesmo artifícios que outros filmes que utilizaram o mesmo tema anteriormente. Crianças possuídas e que conseguem ver espíritos muito antes dos adultos, adolescentes rebeldes que duvidam dos menores, personagens que têm a cara da morte desde o início, casas construídas em cima de cemitérios (esse eu já não aguento mais). Como elemento diferente, essa película tem muitas cenas diurnas, mas não minimiza as demais mesmices.

Outra questão importante é que por mais que o filme, em tese, seja centrado no tabuleiro Ouija e até o título traga o nome do jogo, o objeto é esquecido na maior parte do roteiro e isso é péssimo. Ele aparece em pouquíssimos momentos e de forma muito aleatória, sem gerar curiosidade por parte do espectador. O papel da mãe na história também é bem duvidoso. Ela literalmente tira filha da escola para ganhar dinheiro com a questão dos espíritos. Não há como ter empatia pela personagem.

Para não dizer que é um caos completo, Ouija tem um desfecho bem pensado, convincente e óbvio. Mas quando digo óbvio, é num bom sentido, uma vez que não se poderia esperar outro destino para a menina mais velha que não fosse aquele. Apesar de não ser fã do gênero, continuo esperando por um filme que efetivamente tire meu sono e me faça ter medo de ir pegar um copo de água de madrugada. No mais, sem grandes novidades.

Assista ao trailer!