Crítica: O Juiz

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O filme O Juiz passou uma impressão bem diferente para quem inicialmente viu o cartaz nos cinemas e depois viu o trailer. A primeira impressão era que seria um filme de suspense, intriga e disputa de poder, quando na verdade não passa de um drama. Talvez isso tenha causado uma certa frustração nas pessoas e não podemos julgá-las por isso.

A história é um pouco batida, bem verdade. Trata-se de um advogado bem sucedido que costuma defender pessoas que são culpadas e ganhar bolos de dinheiro com isso. Ele recebe uma ligação inesperada avisando que sua mãe faleceu. Hank Palmer tem que ir então para sua cidade natal no interior dos Estados Unidos e reviver suas feridas. Ele tem uma péssima relação com o pai, que é um juiz da cidade e extremamente autoritário. Palmer acaba tendo que lidar com essas questões enquanto sofre com a perda da mãe.

O interessante do filme é poder ver Robert Downey Jr. fazendo um papel mais sério e menos pretensioso, embora ele continue com o ar de galã. É incrível a capacidade que ele tem de parecer mais jovem e neste filme isso é ainda mais perceptível. Gostei também de poder vê-lo atuando sem tantas máscaras, mostrando de verdade seu potencial. E acredito que ele é sim um bom ator, apenas têm feito papéis muito caracterizados. Embora ainda consigamos ver os vestígios de Tony Stark neste aí.

O pai é interpretado por Robert Duvall, conhecido por O Poderoso Chefão, e representa um dos pontos altos do filme. Ele consegue contrastar a rigidez do personagem com a debilidade que a idade propõe perfeitamente. A escolha do ator foi acertada e a química que rola entre ele e Downey Jr. é muito boa.

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Na verdade, a escolha de atores como um todo é muito boa. A dupla principal contracena ainda com Billy Bob Thornton, Vincent D’Onofrio, Vera Farmiga e Leighton Meester. Todos têm características específicas e conseguem ressaltar isso em cada cena. Eles auxiliam e muito na construção do enredo.

Estranho e talvez o que justifica muitas questões do filme é a presença do diretor David Dobkin, que é mais conhecido por filmes de comédia. É possível ver isso ao longo de O Juiz, que tem pinceladas de humor em algumas cenas. Não chega a ser forçado, no entanto, pois ajuda a ponderar o drama do longa. Mas ainda assim fica aquele questionamento sobre a escolha do diretor.

A história evolui com tranquilidade, pontuada por questões mais tensas que dão emoção e seguram o espectador nas mais de duas horas de duração. O cenário de cidade do interior ajuda muito na construção do drama como um todo, pois passa a monotonia que a história exige em muitos momentos e a beleza que inspira os personagens.

O Juiz é um filme bom efetivamente, embora possua muitas questões que poderiam ser melhor trabalhas. Talvez o roteiro sem grandes surpresas, o final previsível. É possível enxergar um potencial perdido. Tudo isso é ponderado pelas boas atuações, é claro, o que faz com que o longa não se torne maçante. Vale a pena conferir, sabendo é claro, que o cartaz nada tem a ver com o estilo do filme.

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