Crítica: Malasartes e o Duelo com a Morte

O filme nacional Malasartes e o Duelo com a Morte traz a história de Pedro Malasartes, um jovem malandro que vive dando um jeitinho em tudo e fugindo de suas responsabilidades, no sertão brasileiro. O estilo do longa lembra muito aquele utilizado em O Auto da Compadecida, com o matuto bondoso e esperto, que vive sem dinheiro e correndo atrás do prejuízo.

Ele aguarda ansiosamente o seu aniversário, quando o padrinho aparecerá para dar um presente. Segundo sua mãe, o “padin” é um homem grande e importante. Mal sabe que é afilhado da Morte e que esta quer à todo custo transferir suas obrigações para outra pessoa. O roteiro contextualiza muito bem isso no início do filme, explicando os motivos da Morte em querer se livrar do ofício.

O filme é recheado de efeitos especiais e o fato de não serem excelentes não compromete o resultado final. Aliás, faz parte da criação de contexto dele. É realmente algo mais fantasioso e surreal. A perfeição não cabe naquela questão.

O que incomoda, no entanto, é a necessidade de reafirmar certas coisas. O sotaque soa exagerado em muitos momentos e a relação de cachorro e gato de Malasartes com o irmão de sua amada é repetitiva. Tudo isso é relevado por conta da química do elenco. Tanto o protagonista quanto os coadjuvantes estão ótimos nos papéis, dando um tom a mais na trama.

Existem muitas irregularidades na trama e no roteiro, deixando o filme um tanto instável. Algumas cenas poderiam ser cortadas e alguns diálogos poderiam ser mais curtos. Mas isso não prejudica o filme como um todo. Ele segue cumprindo seu papel de diversão e fantasia, mas ficará neste meio tempo, sem se tornar memorável.

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