Crítica: Cinderela

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Cinderela é o tipo de filme que já chega encantando muito antes de sua estreia. A expectativa era enorme, principalmente do fiasco que foi Malévola no ano passado, que frustrou muitos fãs com uma história completamente distorcida daquela conhecida da Disney. Muito diferente disso, Cinderela seguiu à risca o conto de fadas e trouxe todo o deslumbramento que lhe é característico.

A história é uma velha conhecida e fala sobre uma jovem que perde a mãe e seu pai decide se casar com outra mulher, que tem duas filhas. Eles têm uma relação superficial desde o começo, mas com o falecimento do pai, a situação se agrava e Cinderela passa a viver como criada da madrasta e das duas irmãs postiças. Ela trabalha duro na mansão, limpando, cozinhando e servindo as três, mas sempre com o sonho e a doçura de qualquer jovem comum. Ela acaba conhecendo acidentalmente o príncipe na floresta, sem saber de quem ele se trata. Quando surge o baile real, ela vê como uma oportunidade para conhecer o castelo e vivenciar uma noite de sonhos.

O diretor Kenneth Branagh surpreendeu com o filme, uma vez que não tinha experiência anterior com contos de fadas. A história consegue seguir no gênero infantil e encantar os adultos, ao mesmo tempo. É encantadora e emocionante. Ele fez questão de destacar os aspectos de cada personagem e trabalho as possibilidades muito bem. Associado à direção de arte, que também fez um excelente trabalho e compôs cores incríveis e contrastes visuais que deixam um filme muito variado.

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Devemos destacar também que a edição de som também teve um trabalho destacável, que já começou desde o trailer que fazia qualquer pessoa mais sensível se arrepiar com a intensidade da música. Essa aposta foi repetida no filme e casou perfeitamente com todo o deslumbramento causado pelas vestimentas. Aliás, capricharam no figurino. O vestido da Cinderela para o baile é de chamar a atenção, destacando em cada passada que ela dar. Parece que foram usados 200 metros de pano para fazer todas as camadas. Incrível!

No quesito atores, não poderia haver escolha melhor. Lily James traz toda a inocência e gentileza que a personagem sugere, além de ser linda e delicada. O príncipe é representado por Richard Madden, que os fãs da série Game of Thrones podem se lembrar como Robb Stark, e também assume muito bem o papel, com toda a virilidade e olhar apaixonado. Mas ninguém melhor que a Madrasta, vivida por ninguém menos Cate Blanchett, que rouba todas as cenas que parece e finaliza com um solo incrível. É inebriante como ela consegue ser má e perfeitamente linda, ao mesmo tempo. Tem também Helena Bohan Carter como a Fada Madrinha. Como sempre, simplesmente perfeita.

Vale lembrar que, embora a história seja uma cópia bastante fiel daquela contada pela Disney, dá umas justificativas melhor explicadas, como a relação de Cinderela com o pai, que é bem explorada no começo. Além disso, mostra o motivo pelo qual a Madrasta odeia e inveja tanto a menina, trazendo seu passado como explanação. Isso dá ainda mais sentido na história.

Cinderela é um filme encantador, leve e apaixonante, que faz com que o espectador sai da sala de cinema sonhando e sorrindo para as possibilidades de contos de fadas que a vida traz. A filmagem em live-action do clássico foi muito acertada e tem agradado a gregos e troianos, recebendo críticas positivas ao redor do mundo. Não deixe de conferir!