Crítica: A Autópsia

Em A Autópsia, Tommy (Brian Cox, de Troia) e Austin Tilden (Emile Hirsch, de Na Natureza Selvagem), pai e filho, conduzem um necrotério faz algum tempo juntos. Um dia, após uma jornada exaustiva de trabalho, eles são surpreendidos pelo xerife local com o cadáver de uma jovem chamada Jane Doe encontrado no subterrâneo de uma casa. O corpo da moça apresenta características estranhas para alguém que acaba de falecer. Na medida em que Tommy e Austin avançam na descoberta da causa da morte de Doe estranhos acontecimentos os fazem de vítimas em manifestações da ordem do sobrenatural.

A Autópsia é uma empreitada americana do diretor André Ovredal após o relativo sucesso do cult O Caçador de Troll. A Autópsia é um filme de terror conduzido sem grandes ambições, mas com retidão  na execução pelo seu realizador, oferecendo ao público uma narrativa linear, marcada pela concepção de uma atmosfera sombria e pela produção da tensão e imprevisibilidade durante todo o tempo da sua projeção. Na enxuta uma hora e meia de duração, o longa consegue cumprir a contento a tarefa de apresentar seus personagens principais, oferecer a eles um conflito a ser solucionado e realizar um desfecho que produz impacto no espectador, que provavelmente sairá da sala ainda elaborando mentalmente a história por trás do cadáver de Jane Doe.

Diferente de produções ambiciosas do gênero, sejam conceitual e artisticamente imponentes como A Bruxa ou o evento cinematográfico Invocação do Mal, o escopo do longa de Ovredal é reduzido, tanto que o roteiro escrito pela dupla Ian Goldberg e Richard Naing evitam quaisquer problemas para si com uma trama mais inflada. A ideia de A Autópsia parece ser a de impressionar a plateia com uma espécie de lenda urbana a ser fixada no imaginário a partir dali. Não sei qual será o efeito para a posteridade, mas, no tempo presente, o longa cumpre os seus propósitos sem passar o menor vexame.

Assista ao trailer do filme:

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